12.4.14

As Portas do Universo - Capítulo 10

Alguns minutos depois, descobrimos de quem era a voz vinda do bosque. Um homem, que aparentava ter uns trinta e cinco anos, estava vindo em nossa direção. Ele usava óculos redondos estilo Harry Potter, com lentes pretas. Seu cabelo era castanho e cacheado, e uma touca cinza o cobria. Ele vestia uma camiseta do Mickey, e uma calça caqui. Nos pés, um all star. Se não fosse pelo óculos e o cabelo, eu diria que ele era um adolescente Hipster. Isso me fez pensar sobre a personalidade dele, mas ele era muito misterioso. Quem era ele, afinal?

- Você deve estar pensando em quem eu sou – adivinhou – eu sou alguém, alguém sou eu. – ele tinha um sotaque francês.
- Da onde você veio? – perguntou Melly.
- Sou french. E eu moro numa cabana lá no bosque, faz muitos anos. E vocês nunca me notaram. Mas vocês precisam de alguém, e alguém está aqui para ajudar.
- Seu nome é alguém? – perguntou George.
- Claro que não! Que tipo de mãe nomearia alguém com um nome desses?
- Que confusão! – falei.
- Com certeza, mas isso não vem ao caso.
- E então, qual o seu nome? – perguntou Polly.
- Meu nome é Bernard Paquim. Tenho trinta e dois anos, sou viúvo. Mais alguma pergunta para a entrevista?
- Só mais uma. Você disse que sabia o que fazer a respeito do Pirewall. E então?
- É uma coisa muito perigosa, eu não sei se daria certo. E é apenas uma teoria que eu desenvolvi. Não tenho certeza se está certa.
- Se é o único jeito, estou disposto a morrer tentando. – falou Greg.
- E eu também – Polly e eu falamos em uníssono.
- Tudo bem, mas estejam dispostos a ouvir uma história muitoooo longa... – falou Bernard.
Rumamos para dentro da casa de tia Melly. Polly acendeu a lareira, e sentamos nos sofás para ouvir a teoria de Bernard Paquim.
- No reino dos Reis opostos, há muitos e muitos anos, habitava um senhor. Ele era ambicioso, queria ter poder! Mas naquele momento, ele era um simples camponês. A sua ambição falou mais alto do que a humildade, ele passou por cima de muita gente. No reino, todos falavam de uma caverna secreta, onde havia uma nascente que; caso usada corretamente, poderia dar o poder a qualquer um, de fazer o que quiser. O nome do senhor era Magnus Hornblower. E ele fez de tudo para encontrar esta caverna. Quando ele finalmente a encontrou, não sabia o que fazer. Então, passou a passar dias inteiros pesquisando. O resultado da pesquisa não foi nada satisfatório, ele soube que teria de sacrificar um parente dentro da caverna, mas o parente devia estar convencido por ele, não poderia ser a força. Magnus, mais uma vez, com a ambição subindo à cabeça, convenceu sua sobrinha, Miranda, a se sacrificar por ele. Enquanto os dois caminhavam para a gruta, a garota Miranda começou a mostrar arrependimento. “Eu tenho muita vida pela frente, eu sou muito nova para morrer agora.” E então o tio disse: “Se der certo, eu a trago de volta.” Mas a sobrinha, ainda não foi convencida. Quando finalmente chegaram à caverna, o tio começou a preparar o sacrifício. “Eu não sei se quero fazer isso” O tio a deu uma coronhada, e a mesma desmaiou. Quando o tio ia matá-la, para jogar-se junto a ela na nascente, ela acordou e gritou: EU NÃO QUERO FAZER ISSO! Mas já era tarde demais. Magnus pensou no que queria: poder. Mas não especificou. Sua sobrinha virou um dragão negro, e Magnus virou uma aberração, semelhante a um carrasco. O poder do carrasco Magnus, era transformar tudo o que quisesse em trevas. E eu associei isso ao Pirewall, Kevin pode ter prometido algo a ele, em troca ele o transformaria de volta (se é que ele pode). E eu acho, que se você for à caverna do Magnus, e mata-lo junto à sua sobrinha, você pode reverter tudo o que o Pirewall trouxe.
Mas como? Pensei.
- E eu esqueci de citar que vocês tem pouquíssimas chances de conseguir.
- Como nós já dissemos, estamos dispostos. –falei.
- Onde fica a tal gruta? – perguntou Polly.
- No reino oposto, muito longe. Não sei onde, exatamente. Mas vocês vão descobrir.
- Partiremos ao amanhecer. – decretei.

Sobre o autor

Fascinado por mitologia (todas), Daniel Marciano se inspira em Harry Potter, Percy Jackson e As Crônicas de Nárnia para escrever sua história. Ele gosta de deixar os leitores sempre mais curiosos para ler, deixando sempre uma dúvida no fim dos capítulos.

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