1.2.14

Crônicas dos Três Imperadores - Capítulo 9

Caçada a luz das estrelas

Heris acordou com a cara na areia. Era de noite. As estrelas brilhavam altivas no céu sem Lua. Ela se levantou e percebeu que, a pouco mais de 20 metros de onde ela estava, uma fogueira ardia em brasas. Perto do calor, duas pessoas dormiam abraçadas. Ela se aproxima sorrateiramente tentando na acorda-los. Ao chegar mais perto da fonte de iluminação, Heris contempla seus rostos


-Aqui estamos nós novamente. O que faço com vocês ? Mato vocês agora ou me delicio vendo-os sofrer ?-disse Heris sorrindo como uma assassina. Ela se abaixa e pega algo preso a sua canela. Era uma adaga de lâmina fina e aguda de cor carmesim. Se cabo era de uma madeira negra. O pomo era um rubi. A arma fora um “presente” da criatura nefasta que transportara Heris até ali. A luz das brasas com aquela adaga espectral, Heris tinha um aspecto demoníaco. Por coincidência ou por vontade do destino, um suricate atraído pela iluminação da quase extinta fogueira, começa a cavar ali perto jogando areia no rosto de Gregori. Ele acorda e se depara com Heris, que não havia percebido a aproximação do animal. Gregori dá um berro que acorda Juno e assusta Heris.
-Greg, por que você está gritando … O QUE ???-Juno vê Heris parada a sua frente com uma adaga. Rapidamente Gregori se levanta e pega um galho em brasa
-Para trás !!-disse ele com fogo nos olhos
Heris se intimidou. Havia algo dentro de Gregori que às vezes aflorava. Algo maior que ele próprio, uma força comprimida em um pequeno espaço que de vez em quando era liberada de uma vez só.
-Você não pode contra mim Gregori Turvale ! -debochou Heris
-Quer apostar ?- perguntou Gregori
Heris mal teve tempo de responder quando o galho foi atirado em seu rosto. Ela teve tempo apenas de desvia-lo. Gregori se jogou em cima dela. Eles se engalfinharam. Heris dava chutes e cabeçadas, lutava como uma fera enfurecida. Gregori tentava segurar sua mão que estava com a adaga a todo custo, mas Heris estava ensandecida. Ela queria ver sangue. Muito sangue.
-Você morre essa noite ! Vou fazer buracos de vermes em sua barriga !!! Você morre essa noite !!!- grita Heris louca de ódio
A mão de Heris se vê livre. A adaga sobe . Juno sente um aparto em seu coração. Gregori olha para a amada como se despedindo. Heris grita. Então uma tragédia é impedida por outra. Mal sabiam nossos três adolescentes que eles haviam chegado ao fim da trilha dos ‘leões’. O ponto de reunião dos monstros, a Pedra do Sangue, se encontrava a menos de 600 metros dali. Um rugido se faz ouvir, seguido de outro e de outro. Heris solta Gregori. Juno que até então estava paralisada devido à briga, sente em seu sangue uma energia medonha. Era pânico. Ela olha para sua irmã e Gregori e grita uma única palavra :
-CORRAM !!
Eles correm, desesperados para salvar suas vidas. Atrás deles eles ouvem as pesadas passadas de seus perseguidores.
-Você não queria sangue Heris ? Pois então, eles também querem, o seu !!
-Calado verme, mais tarde eu cuido de você - retrucou Heris
Quando os três estavam para cair de cansaço, os caçadores pararam sua investida. No limiar entre a consciência e a loucura, um clarão ilumina as trevas :
-Elessar !!!-gritam furiosas as bestas
-Temos que suspender a caçada ou seremos todos transformados em cinzas ao vento !!
Ao longe eles o galopar de um animal desconhecido. A luz se aproxima mais a cada momento
-Retirada !!!-berra o capitão dos assassinos
Eles ouvem as feras mudando de direção e correndo a toda velocidade em direção ao norte
A última recordação que Juno tem é a de um homem se aproximando deles. Um homem com o rosto gentil e olhos profundos


Sobre o Autor

Cauê Evangelista de Sousa, 15 anos, estudante do ensino médio. Começou a escrever com 13 anos e desde então se apaixonou pelo oficio de escritor. Escreve suas histórias apenas de madrugada, quando a insônia bate e a melhor ideia vem.

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