18.1.14

Anjo da Ira - Capítulo 11

Poder total

Esconderijo de Faraniel

Estavam todos reunidos para uma refeição. Apenas Theros estava bem descansado, porque foi o único a dormir na noite anterior. Enquanto comiam, uma pessoa entrou no salão, chegou até Faraniel, sussurrou ao seu ouvido e saiu. O assassino ficou preocupado com a notícia que recebera, pois parou de comer e saiu por alguns minutos.
Ao voltar, o humano esguio continuou a comer. Assim que todos acabaram a refeição, ele se levantou e disse:
- É chegada a hora, meus amigos. Recebi a informação de que nós teremos que lutar em breve. Aqueles que capturaram Theros se aproximam e finalmente temos o tempo necessário para nos preparar. Eles devem se aproximar de nosso esconderijo no segundo amanhecer, começando a contar por amanhã. Vamos ao arsenal, onde possuo diversas armas para que possamos começar já em vantagem.
Assim, desceram todos para o depósito de armas e armaduras de Faraniel. Emmanuelle escolheu uma armadura de ferro de excelente qualidade, que permitia grande mobilidade e um par de espadas para lutar a curta distância. Theros pegou um machado grande e totalmente negro, alguns machados de arremesso e uma armadura de couro, para que conseguisse usar todo o seu poder. Uliara escolheu dois machados menores, de cabo de madeira branca e uma armadura de ferro apenas para o tórax e a cabeça. Os anjos e Faraniel não pegaram nenhum item, pois já estavam bem equipados. E os dois dias se passaram, com o grupo ansioso para a pequena batalha, porém preparado para ela.
Ao raiar do terceiro dia, soaram as trombetas, indicando que o inimigo se aproximava. Os combatentes se posicionaram com uma grande distância da entrada da caverna, para que nada que saísse da batalha pudesse alcançar a caverna. Após alguns minutos em tensão, os dois grupos finalmente se encontraram. O guerreiro, agora apenas com uma espada sinistra, de feições duras e olhos negros sem vida. O monge, aparentemente cego, de pele morena e cabeça raspada. O ser ainda oculto por ataduras, mas, evidentemente, brilhando sob suas vestes. Então, Faraniel falou:
- Vocês podem se render agora e deixaremos vocês saírem vivos.
- Não me faça rir! – exclamou o guerreiro – Se algum grupo for sair vivo, ele será o nosso! A minha nova e poderosa espada garantirá isso!
Após essa fala, Taeghen percebeu. O inimigo empunhava uma das três armas demoníacas. Eles precisavam ganhar essa batalha o mais rápido possível. E, preferencialmente, antes de a espada golpear alguém. Subitamente, o guerreiro sacou sua espada e avançou, urrando de fúria. Taeghen desembainhou rapidamente e defendeu o primeiro golpe de seu oponente, mas o monge, acompanhando seu amigo, acertou um potente soco no general, forçando-o a recuar. Então apareceu Faraniel e começou a combater junto com Taeghen, acertando um golpe em cada um de seus oponentes. O guerreiro partiu para outro ataque, prontamente bloqueado pelo assassino, enquanto o monge começou a enfrentar Theros. O jovem combatente avançava com ódio, pronto para matar seu rival, mas é acertado por um chute do monge que o arremessa de cabeça no chão e o deixou inconsciente. Nesse instante, Faraniel surgiu e feriu gravemente o monge com um corte no pescoço, que desabou no chão e, minutos depois, morreu sangrando. O mago tento acertar algumas magias, mas antes de conseguir conjurá-las, Emmanuelle, Quamara e Uliara começaram a lutar com ele. Assim que viu seu companheiro em perigo, o guerreiro partiu em uma investida furiosa contra as mulheres, derrubando Quamara e jogando-a longe, mas Theros, recém-recuperado, decepou parte do braço segurando a espada e derrubou-o no chão. Faraniel fere gravemente o guerreiro para garantir que ali ele ficaria. O mago, vendo a clara desvantagem que teria que enfrentar para a vitória, decidiu que era chegada a hora. Para a surpresa de todos, as ataduras em torno do estranho ser se soltaram e caíram pesadamente no chão, deixando à mostra um corpo brilhante, com um medalhão com as 4 pedras elementais: água, ar, fogo e terra. E então, o ser feito de magia pura se elevou nos céus e iniciou um ataque, derrubando, um a um, seus inimigos. Arremessou primeiro Taeghen, que, com suas asas, podia alcançá-lo. Jogou-o sobre Quamara com tanta força que ambos ficaram inconscientes. Virou-se para Theros e Faraniel, com a magia corrompendo sua mente, e começou a concentrar energia para destruir seus inimigos, que nada podiam fazer. Subitamente, um raio vermelho saiu do peito do mago, assumindo a forma de uma lança, que quebrou o medalhão em quatro partes, separando as pedras, e elas sumiram, indo se esconder para que pudessem ser achadas novamente. A luz emitida pelo mago foi fraquejando até apagar e revelar um frágil corpo humano, que desceu suavemente até o chão, aterrissando já sem vida. Atrás dele, estava Emmanuelle, em pé e ofegante, porém aliviada ao ver que seus amigos estavam salvos. Ela caminhou até chegar ao corpo e retirou a lança. Assim que o artefato saiu do cadáver, os restos mortais viraram cinzas e se espalharam com o vento e uma luz acertou a humana pelas costas, envolvendo-a junto com sua arma. Todos ficaram admirados, porém apenas Taeghen entendia o significado daquilo. Mais um dos anjos elementais estava para nascer.
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Emmanuelle estava envolta pela luz. Não via nada e não sabia mais onde se encontrava. Uma voz então falou com ela:
- Emmanuelle. Eu te escolho mais uma vez para me servir. Assim como te escolhi há 140 anos para ser minha anja, hoje te escolho após você passar por uma provação. Você mostrou que, mesmo na forma humana, preocupa-se antes com os outros e faria de tudo para proteger quem se encontra em perigo. Agora, você se tornará uma anja ainda mais especial. Será a anja elemental do fogo. Junto com a arma que te ajudou em tantos feitos, você retornará às Selvas Celestiais de Dokk-Norr para que possa ajudar a todos. A partir de agora, você será a mais pura chama. Você se tornará a anja elemental do fogo. Você agora é o Anjo da Ira.
Então a lança começou a se entrelaçar ao braço de Emmanuelle, que nada sentiu, até que o artefato se rompeu e as chamas envolveram completamente a humana. Asas rubras feitas do mais puro fogo surgiram atrás dela. Uma armadura vermelha que aparentava estar quente a envolveu para proteção. A anja então percebeu que suas armas seriam criadas pelo fogo no momento em que ela precisasse.
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E tão subitamente quanto a luz surgiu, ela se foi, deixando Emmanuelle no chão e os humanos confusos pelo que viam. Taeghen sentiu o que acontecera com sua subordinada. Agora a fúria dela poderia subjugar qualquer exército. Suas investidas poderiam partir o mundo em dois. Um anjo poderoso acabara de surgir. Muito mais poderoso que qualquer outro existente. O general então fez uma reverência para a anja rubra e foi acompanhado no gesto por Quamara.
- Agora sei quem deverá nos liderar para as próximas vitórias – disse o anjo, entregando seu elmo, o símbolo da liderança entre os anjos, a Emmanuelle.
Assim que tocou as mãos da anja, o elmo se tornou rubro como sua armadura, e a mais nova comandante celestial o vestiu. Agora, com mais um dos artefatos demoníacos em posse e reforçados em energias e forças, o grupo voltou para o Vale dos Nove Imortais.

Sobre o Autor

Samuel H. F. Silva, autor iniciante, mora em Paraibuna, é o criador desse blog. Gosta de dormir, ler, comer, dormir e RPG em geral. Gasta muitas horas por dia em jogos on-line e, quando tem um surto criativo, digita histórias como esta.

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